domingo, 17 de julho de 2011

Guerra de vizinhos


Estou passando por uma situação inédita em minha vida. Moro no Balneário Pinhal desde quando ainda se chamava Praia do Pinhal. São 26 anos. Durante este período presenciei o meu bairro, a minha rua crescer. Foram muito poucos os problemas com vizinhos. E olha que eu tenho como vizinho de porta o quartel da Brigada Militar. Mas, eles são para mim, os melhores vizinhos que alguém pode ter, tenho segurança 24 horas por dia. Tenho orgulho de dizer que os veranistas que moram no meu bairro, a grande maioria são donos das casas. 
Só que nem tudo é alegria. A casa que fica do lado da minha é alugada. Durante mais ou menos dez anos quem vivia nessa casa era uma funcionária da proprietária. Eram pessoas maravilhosas. Adorávamos trocar guloseimas. Quantos doces compartilhamos, quantas melancias  repartidas. Veio a aposentadoria e eles foram embora. Desde então, muitos passaram por essa casa. 
Faz dois meses que tenho vizinhos novos. Dois infernais meses. Nos primeiros dias a impressão que eu tinha era de que estavam quebrando toda a casa. Foi infernal. 
Precisei me adaptar com o barulho de cinco - isso mesmo - cinco crianças gritando e jogando bola. Que saudade do tempo em que o único barulho que escutava era dos carros da brigada chegando.
No pátio: Lixo, objetos quebrados, cadeiras, sofás e mais ou menos uns quatro varais com roupas que ficam estendidas durante a semana aos intempéries do tempo.
Agora a gota que fez derramar o meu copo foi  um fogão a lenha. Os bonitos tiveram a ideia de colocar a chaminé do fogão na chaminé da churrasqueira. Durante três dias eu não enxergava os fundos da minha casa, além é claro do cheiro que impregnou na minha casa, nas minhas roupas, no meu carro, nos meus cachorros e, o pior de tudo, no meu cabelo. Fiz uma reclamação à proprietária e desde então estou conseguindo enxergar a minha garagem. 
Pois é, quando achei que nada mais era possível, aparece um cachorro latindo e fazendo as suas necessidades na entrada da minha garagem. O bicho está em estado de miséria, magro, com sarna e com fome. 

Meu Deus o que devo fazer? Apenas me indignar? O que mais virá?
Que todos os anjos, santos e deuses me protejam. Amém.